LORI SCHIAVO
( Rio Grande do Sul )
Lori José Giraudo Schiavo nasceu em 17 de outubro de 1956 no Passo do Conde, na costa do rio Piratini, ali vivendo até a sua adolescência, no município de São Nicolau, berço da civilização sul-riograndense, que transferiu-se para a cidade, onde estudou e aprendeu conhecer e amar a história missioneira contemplando os remanescentes da antiga redução, que foi um das mais importantes da margem direita do tio Uruguai.
Em 2005, como Assessor de Planejamento e posteriormente Secretário de Planejamento da Prefeitura de São Nicolau, envolveu-se com a área cultural da região missioneira, tendo sido Delegado representante da região na 2ª. Conferência Estadual de Cultura realizada em Porto Alegre em 2009, quando foi escolhido para ser um dos 33 Delegados representante do Estado do Rio Grande do Sul na 2ª. Conferência Nacional da Cultura em Brasília no ano de 2010.
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SCHIAVO, Lori José Giraudo. Missioneiro. Poemas.2ª. edição. São Nicolau, RS: Borck, 2017. 101 p. (Biblioteca Borck, 22). ISBN 821-134-3(810-1
Ex. bibl. Antonio Miranda, doação do livreiro José Jorge Leite de Brito.
MISSIONEIRO
Sou cria do tempo longínquo da terra,
Quando aqui nasciam tantas reduções.
Bebi da cacimba da história remota,
Criei mil costumes para as gerações.
Forjei uma raça templada ao rigor,
Plantei as raízes heroicas de um povo.
Sonhei utopias da terra sem males,
Buscando a cadência para um mundo novo.
Galopei minuano em noites de inverno
Me mirei no espelho do rio Uruguai.
Percorri planuras cortando mormaços,
Mirando horizonte que tão longe vai.
Os feitos e a saga sutil de uma raça,
Deixei na memória para a eternidade.
Caminhos que levam minha descendência
Provar para o mundo esta realidade.
Ficou a semente, hoje miscigenada,
Que os ventos pampianos espalharam na terra
E, as emanações e lamentos do tempo,
Lembranças marcada por clarins de guerra.
Mas fui vitorioso, pois, virei nação,
Que hoje evoca o passado guerreiro.
Sou palanque mestre, que segura a raça,
Sou raiz de um povo, eu sou missioneiro
DEVANEIOS
Sonhei que o mundo tina paz em plenitude,
Sem atitudes belicosas e que tais,
Que a humanidade tinha encontrado harmonia
No dia a dia tinham se tornado iguais.
Sonhei que bombas não matavam inocentes,
Todas as gentes se irmanavam pelo mundo,
Que os poderosos sentavam-se à mesma mesa,
Sem incertezas em regozijo profundo.
Sonhei que guerras eram males do passado,
Já sepultados pela inteligência humana,
Porém, ainda existem homens irracionais
Quais animais, de instinto e mente insana,
Sonhei tão lindo e acordei deprimido,
Desiludido sem ter fé nos maiorais,
Pois esta paz tão falada todo dia,
É uma utopia, devaneios, nada mais
QUEM SOU
Sou chão vermelho da terra, sou vertente, sou
raiz.
Sou herança missioneira, herdada dos guarani
Sou um pedaço da história registras neste
chão
Tenho a marca da esperança, plantada no
coração
Tenho tudo que preciso, tenho a paz abençoada
Tenho o murmúrio das matas e o canto da
passarada
Tenho a geada da invernia, tenho o sopro do
minuano
Tenho a calma do riacho, com anseios de
oceano
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Página publicada em fevereiro de 2022
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